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Flexibilizar para conciliar

Flexibilizar para conciliar

Escolher um emprego

27.07.11, flexbilizar ~ conciliar
ANA TERESA MOTA | CONSULTORA EM RECURSOS HUMANOS

A flexibilidade e a capacidade de gerir a mudança começa em nós próprios.
Nas nossas escolhas e nas nossas decisões.
Pode parecer uma decisão grande começar a pensar em mudar de emprego, mas o certo é que todos os dias aceitamos o emprego que temos, escolhemos o emprego que temos e nem hesitamos ao escolher este emprego onde não ganhamos bem, não nos sentimos felizes, não temos tempo para a família. Está escolhido e a decisão parece eternamente adiada à espera que uma desgraça crie uma oportunidade. À espera que o destino se faça por nós.
Todos os dias quando saímos de casa estamos a escolher manter o que temos.

Podemos aproveitar a viagem para pensar no assunto.
Queremos este emprego?
Queremos flexibilidade nesta empresa?
Queremos horários flexíveis e tempo para a família nesta função?
Ou gostávamos de fazer outra coisa?
Noutro sítio?
Com outras condições?
A primeira resposta de toda a gente, com ou sem filhos, costuma ser “sim, quero ganhar mais”.
Outras possibilidades são: “sim, não gosto do meu trabalho”; “sim, não gosto do ambiente de trabalho”; “sim, a empresa fica demasiado longe de casa”.
O problema está na segunda resposta: “não, os tempos estão difíceis e já tenho quem me pague um salário”; “não, que não se pode trocar o certo pelo incerto”..... como se o emprego actual fosse certo e para a vida.
Já não existem empregos para a vida. E sim, os patrões são flexíveis a substituir as pessoas quando isso rende alguns euros.
O primeiro desafio é mesmo esse: e se eu quisesse mudar de emprego?
Será que há empregos mais perto de casa que me poupam duas horas de viagens, custos de transporte, flexibilizar também passa por esta redução de tempos obrigatórios de deslocação.
Será que há empregos onde seria mais feliz? A fazer coisas de que gostasse, mesmo que fosse por menos dinheiro? E que tal fazer contas com o ficar mais perto, com fazer o que se gosta, com trabalhos extra que não obriguem a horas fixas?
Os empregos estão a mudar. Já não são para sempre. E quem não procura não costuma encontrar.
Tenho visto situações caricatas de gente que sabe que vai ser despedida e mesmo assim não procura emprego, na secreta esperança de avestruz de que as coisas “desaconteçam”.
Basta que o salário não seja o ideal, que a localização não permita ir a pé para o emprego, que o ambiente não seja dos melhores... para justificar uma olhadela pelos sites de emprego e mesmo o envio de um currículo para “ver como está o mercado”.
E se o currículo for para a concorrência ou para a empresa da mulher do patrão, é tudo uma questão de assumir a busca como curiosidade, de assumir que o dinheiro não tem chegado para tudo, de assumir que o emprego actual é melhor do que os outros senão já teríamos mudado. E sim, os patrões respeitam isto – não gostam, mas respeitam. Não despedem alguém só porque anda à procura de emprego, pelo contrário, abrem os olhos para as necessidades da empresa e valorizam quem consegue encontrar alternativas. Porque patrão nenhum precisa de uma pessoa que ninguém quer.
Nós que queremos que os outros se preocupem com a nossa necessidade de uma vida mais equilibrada... o que estamos a fazer para equilibrar melhor a nossa vida? Protestar já é um princípio, mas não chega.

As primeiras semanas após o regresso de uma licença de maternidade

26.07.11, flexbilizar ~ conciliar
Regressar ao trabalho pode parecer um choque cultural. A funcionária entrará mais rápida e facilmente no ritmo se se sentir apoiada desde o primeiro dia.
“Se algum gestor me dissesse que não havia necessidade de dar pessoalmente as boas vindas a uma funcionária que regressa, ou de planear um período de adaptação/actualização da formação, eu diria que esse gestor era incompetente, e perguntar-lhe-ia como se iria sentir ao começar um novo emprego, ou um novo projecto, se o chefe não estivesse lá para o cumprimentar. Houve muitas mudanças para esta funcionária e para nós enquanto ela esteve fora. Ninguém gostaria de iniciar um novo projecto sem ter a certeza de que todos estão devidamente informados e sabem o que estão a fazer.”
Les Adams, Gestor na National Grid

“Eu sabia que tinha de reforçar a autoconfiança nas funcionárias que regressavam e ter a certeza de que elas se sentem valorizadas.”
Maria Block, gestora de linha numa grande organização que fez parte da função pública

Como lidar com a situação
É normal para a funcionária ter uma sensação de choque cultural, uma vez que as exigências de cuidar de um bebé e do emprego são frequentemente muito diferentes. Mesmo os conceitos fundamentais, como o tempo, são diferentes quando cuidamos de crianças pequenas, em comparação com o local de trabalho. É normal levar algum tempo para se adaptar.

Se a funcionária se sentir stressada e ansiosa, pode ser adequado ter uma directiva e estilo de apoio mais práticos. Por outro lado, se uma funcionária se sentir confiante e segura de sim, um estilo participativo pode ser mais indicado. Há grandes vantagens em dedicar algum tempo para considerar o estilo de gestão adequado, pois a funcionária sentir-se-á valorizada e adaptar-se-á mais rapidamente ao ritmo de trabalho.

Muitos gestores preocupam-se, compreensivelmente, com a gestão das mulheres que regressam da licença de maternidade, especialmente se elas regressam a um novo padrão de trabalho ou forma de trabalhar. No entanto, há muitas coisas que podem de facto ajudar:

Tenha uma visão clara: certifique-se de que todas as pessoas compreendem os objectivos enquanto equipa e que compreendem as vantagens de os atingir.

Defina objectivos com resultados claros: lembre-se de comemorar os pontos de passagem e medir o sucesso pelos resultados.

Confie nas pessoas e espere o melhor delas. A equipa estará mais empenhada e o gestor fica livre para tratar de assuntos mais abrangentes.

Trate as pessoas como gostaria que o tratassem a si; conheça-os individualmente, descubra o que os motiva e esteja aberto a quaisquer boas ideias que possam ter.

Trate imediatamente das questões disciplinares e preocupações individuais: todos o irão respeitar.

Faça análises regulares para verificar o progresso relativamente aos objectivos e faça os ajustes necessários para que tudo continue a correr sobre rodas.

Certifique-se de que comunica eficazmente se estiver lidar com trabalhadores em regime flexível: reúna regularmente a equipa para avaliar o progresso e trate das questões que surjam antes de elas se tornarem problemáticas.

Mantenha as pessoas motivadas limitando as horas de trabalho excessivas e promovendo as oportunidades de desenvolvimento e formação.

Alimente uma cultura flexível e positiva, em que haja reciprocidade, partilha de responsabilidades pela execução das tarefas e partilha dos louros pelo sucesso dos resultados.

“Estava muito nervosa por voltar ao trabalho, um pouco como no primeiro dia de aulas. O meu gestor de linha deu-me muito apoio. Estava seguro desde o início. Disse-me “Faz isto na primeira semana; na semana que vem faz aquilo”, e deixou-me trabalhar na sombra até eu me sentir à vontade. Foi quase como começar de novo. Apanhei o ritmo num instante. Senti-me muito bem”.
Kate, gestora de vendas

http://www.flexibility.co.uk/
Tradução feita por Carla Palhares da Costa

Revolucionar para Flexibilizar no Encontro "Tempo: Trabalho e Vida Pessoal"

06.07.11, flexbilizar ~ conciliar
Gonçalo Cavalheiro (GRACE), Sandra Brito Pereira (CARRIS), Carla Rodrigues (Revolucionar para Flexibilizar),
Eva Carvalho (Projecto Conciliação), Rosa Freitas Soares (DELOITTE)
A convite do Grupo de Reflexão à Cidadania Empresarial (GRACE) o movimento “Revolucionar para Flexibilizar” participou no encontro de dia 29 de Junho sobre o tema "Tempo: Trabalho e Vida Pessoal".
Esta associação de empresas visa a reflexão, promoção e desenvolvimento de iniciativas de responsabilidade social empresarial, considerando hoje essencial o debate acerca do equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. O  "Revolucionar para Flexibilizar" esteve representado por Carla Rodrigues que apresentou os objectivos do movimento, as vantagens para todos da conciliação entre a vida familiar e o trabalho e os vários passos para se chegar a este equilíbrio: a comunicação, a sensibilização, promoções de boas práticas, implementação de cultura e valores com uma visão humanista do local do trabalho e o papel dos poderes políticos. 





O encontro teve também a participação de outras entidades e pessoas: Sandra Brito Pereira, Directora do Gabinete de Desenvolvimento Organizacional, como representante da Carris, empresa que recebeu uma menção honrosa na 5ª Edição do prémio Empresas Mais Familiarmente Responsáveis (iniciativa conjunta da Deloitte e da AESE) e da própria Deloitte, através de Rosa Freitas Soares que apresentou o programa Empresas Familiarmente Responsáveis. Eva Carvalho apresentou o Projecto “Conciliação”, uma investigação coordenada pelo Instituto de Ciências da Família da Universidade Católica e promovida pela Associação Portuguesa de Famílias Numerosas, tendo por base uma partilha de conhecimento e experiências entre Portugal e a Noruega em matérias de conciliação entre o trabalho e a vida familiar.
Ao longo de todo o encontro foi perceptível a vontade expressa em tornar as empresas mais orientadas para a família, tendo por base a ideia generalizada de que um trabalhador motivado é aquele que sente que, por parte do empregador, existe a preocupação e o respeito pelas suas necessidades familiares, tornando-se mais produtivo e motivado para se entregar aos compromissos laborais, sempre que sente que a sua vida pessoal não é posta em último plano.  

Abono de Família Pré-Natal

01.07.11, flexbilizar ~ conciliar
EDUARDA MARIA CASTRO | ADVOGADA E MEDIADORA PENAL
Os tempos que vivemos são de dificuldades e privações, por isso o saber com o que podemos contar é fundamental.
É certo que o ideal é aprender a pescar e não receber ou pedinchar o peixe, mas até para aprendermos a pescar precisamos de apoio nem que seja para ter a cana.
Por isso, falando de crise e de apoios e sem deixarmos o tema da Parentalidade, lembrei-me que seria oportuno conversarmos sobre Abono de Família Pré-Natal.
O que é o Abono de Família Pré-Natal?
Trata-se de um apoio económico do Estado à mulher grávida trabalhadora, a partir da 13ª semana de gestação, com residência em Portugal e com rendimento de referência abaixo do valor limite.
Quem pode requerer? Mulher grávida trabalhadora, a partir da 13ª semana de gestação, com residência em Portugal e com rendimento de referência abaixo do valor limite.
Quando pode ser pedido?
O Abono pode ser pedido:
- Durante a gravidez, a partir da 13ª semana de gestação.
- Após nascimento do bebé, durante os 6 meses seguintes ao nascimento.
Onde se pede?
- Serviços de atendimento da Segurança Social, apresentando os formulários em papel e os documentos indicados no mesmo.
Ou,
- Segurança Social Directa – formulário online e envio dos documentos de forma digitalizada.
Alguns documentos necessários:
Fotocópias dos seguintes documentos de todos os membros do agregado familiar:
- Documento de identificação válido;
- Cartão de contribuinte.
Certificado médico que comprova o tempo de gravidez e o número de crianças ou sua identificação no caso de recém-nascida (se fizer o pedido depois do nascimento).
Documento comprovativo do NIB.
Qual o seu montante?
O montante varia de acordo com o nível de rendimentos de referência do agregado familiar e do número de nascituros e corresponde ao valor do Abono de Família para Crianças e Jovens concedido nos primeiros 12 meses de vida.
(Rendimento de referência: Resulta da soma do total de rendimentos de cada elemento do agregado familiar a dividir pelo número de crianças e jovens deste agregado, com direito ao Abono de Família, acrescido de um e de mais o número dos nascituros. O número de crianças e jovens inclui aqueles que não estejam a receber o abono pelo facto de o rendimento do agregado familiar ter ultrapassado o limite correspondente ao 3.º escalão.)
Quando a mulher está grávida de mais de um bebé, o montante do abono Prè- Natal é o mesmo?
O valor do abono é multiplicado pelo número de crianças que vão nascer.
Se a grávida com Direito ao Abono de Família Pré-Natal vive sozinha ou em agregado constituído apenas por crianças e jovens titulares de Abono de Família (famílias monoparentais), tem direito a algum acréscimo ao montante inicial do abono?
Sim. Tem direito a receber mais 20% de Abono. Verifica-se uma majoração de 20%.
Assim:
Fonte: Segurança Social
Quais as minhas obrigações?
Informar a Segurança Social no prazo de 10 dias:
- Se houver um aborto espontâneo ou interrupção voluntária da gravidez (IVG).
Ainda,
apresentar os documentos pedidos pela Segurança Social
Se lhe for pedido, deve apresentar prova de:
- Rendimentos;
- Composição do agregado familiar;
- Residência.
E vocês: 
Já conheciam este Direito?
Já beneficiaram dele?
Qual a vossa opinião?
Alteravam algo do seu conteúdo? Se sim, o quê?