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Flexibilizar para conciliar

Flexibilizar para conciliar

Uma experiência de super-flexibilidade

04.11.11, flexbilizar ~ conciliar

 

Trabalho em investigação, com alguém que já me conhece há alguns anos e tem confiança em mim. Isso tornou possível que, perante o meu pedido para trabalhar a partir de casa nas alturas em que isso me fosse necessário, tenha sido confrontada com a resposta que toda a mãe-trabalhadora quer ouvir: “o seu trabalho é por objectivos, trabalhe quando e onde quiser.”

 

E assim tem sido. O trabalho a partir de casa exige pouco investimento para a maioria das pessoas nos dias que correm – quem não tem computador e ligação à net? Exige, sobretudo, disciplina, seriedade e capacidade de organização. Essas características também não costumam ser alheias a alguém que está habituado a gerir filhos, trabalho e vida pessoal. A maior desvantagem pode ser o isolamento mas, no meu caso, como mantenho o posto de trabalho na universidade e vou lá regularmente, não há sequer o perigo de passar a viver eternamente de pantufas e colar-me como sanguessuga a qualquer adulto inteligente que me apareça ao fim do dia (que foi o que aconteceu na minha primeira experiência de teletrabalho, há anos atrás).

 

Que balanço, então, desta experiência ainda recente? Muito positivo. É claro que uma pessoa acaba por trabalhar mais porque quer aproveitar para fazer isto, aquilo e aqueloutro. As pausas desaparecem e, quando damos por isso, já passou o dia inteiro – mas fez-se muita coisa. E não há nada que pague a possibilidade de demorarmos mais uns minutos na despedida dos filhos na escola, ou de conversar com alguém que encontramos e não víamos há muito. Se trabalhar é alugarmos a nossa força de trabalho por algumas horas, teletrabalhar é sermos também nós um bocadinho os “senhorios” dos nossos dias.

 

www.gralhadixit.blogspot.com