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Flexibilizar para conciliar

Flexibilizar para conciliar

Comercial - aprender para viver melhor

12.12.11, flexbilizar ~ conciliar

Ana Teresa Mota | Consultora em Recursos Humanos

 

Ao longo dos últimos tempos duas verdades me têm saltado para os olhos, de tal maneira óbvias que me levaram a pô-las por escrito.

Algumas pessoas têm pedido ajuda para encontrar empregos, em alguns casos de forma assustadoramente frágil, noutros com segurança, mas sempre em situação difícil e regime de emergência.

A primeira grande verdade é simples, basta olhar para os anúncios de jornais: os empregos para os comerciais existem. As empresas oferecem melhores condições e em alguns casos total liberdade de gestão de horário. Este último ponto foi o que me levou a escrever sobre o assunto aqui.

Acontece que a maioria das pessoas que eu tento ajudar, coloca logo de partida como objeção trabalhar numa função comercial. Porque não sabem, porque não têm jeito, porque não gostam, porque não se sentem capazes de fazer um trabalho razoável. Ao fim de alguns anos a treinar pessoas, posso acrescentar que não existe um talento inato para a área comercial. Não existe um dom. Nem sequer um conjunto de características especiais que tornam os comerciais, profissionais de sucesso. Existe trabalho, existe treino, existe dedicação e existe esforço. E assim chegamos à segunda verdade. Também simples.

Foi-nos ensinada pelos nossos pais e esforçamo-nos imenso por ensinar aos nossos filhos. É preciso estudar, trabalhar muito e ser bem educado para ter sucesso na vida. Com estas três coisas seremos profissionais de sucesso na maioria das profissões que não exigem talentos especiais, como é o caso dos comerciais. Ser comercial é gostar de pessoas e de contacto humano. Nada mais. Ou melhor, pouco mais, porque tal como qualquer outra profissão exige estudo, preparação, treino e dedicação. Não é preciso tirar cursos caros. A internet está cheia de dicas, livros, palestras, imenso material para quem esteja disposto a aprender. Falando do meu caso, quando quero ajudar alguém que oferece esta resistência, a minha resposta tem sido: Tenta. Não pode ficar pior do que está. O que é que custa? Diria que no fundo sei que custa o orgulho. Primeiro porque as pessoas ainda veem os comerciais como seres de segunda, reles e aproveitadores – estamos chegados a uma boa altura para começarmos a respeitar quem trabalha.

Segundo porque as pessoas não confiam o suficiente nas suas capacidades, inclusive de aprendizagem, e têm medo da mudança – mais uma vez, uma boa altura para arriscar.Para todos os que pretendem flexibilidade, salários mínimo garantido, boas condições de trabalho e o respeito dos colegas, sugiro que espreitem as funções comerciais que estão abertas nos sites de recrutamento ou nos jornais. Os requisitos são poucos, porque no fundo, o que é preciso para se ser um bom comercial, é gostar de pessoas e estar disposto a aprender.

Boa sorte aos corajosos.