"Revolucionar para flexibilizar" é um movimento que nasceu espontaneamente, a partir da vontade expressa de muitas mães portuguesas, de contextos, profissões, classes e até países diferentes.
"Revolucionar para flexibilizar" é um movimento de esclarecimento, informação, apoio e luta a favor de um mercado de trabalho que, em vez de penalizar, promova a maternidade cumprindo integralmente a legislação já existente e mantendo-se aberta a novas e mais profícuas formas de relação laboral, seguras e lucrativas para todos.
"Revolucionar para flexibilizar" não está contra nada nem ninguém. Pelo contrário, a nossa missão é defender:
- as mães e pais, que carregam nas costas os compromissos profissionais e o eterno compromisso que assumiram com a educação e o bem-estar dos seus filhos. As mães e pais que trabalham porque querem ser úteis ao país e as(os) que deixaram de trabalhar porque a conciliação era impossível. As mães e pais que não deixam de ser mulheres e homens, que não podem nem devem admitir que a sua competência e o seu profissionalismo sejam postos em causa porque amamentam, porque mudam fraldas, porque acalmam febres, porque acompanham o percurso escolar dos seus filhos.
- as crianças, que são obrigadas a viver o mesmo stresse das mães, que acordam a correr, vestem-se a correr, comem a correr e são privadas da amamentação, em favor de um sistema laboral que é mais exigente com a rigidez de horário do que com a real produtividade. Investir no bem-estar das crianças hoje é garantir que teremos, amanhã, adultos mais felizes, mais competentes e mais equilibrados.
- as empresas, que muitas vezes vêem as recém-mamãs diminuirem a sua produtividade pela exaustão, pelas preocupações, pelo stresse de não conseguirem acompanhar os seus filhos na escola, levá-los ao médico,
dar-lhes banho e deitá-los na cama. Estamos em crise, e em tempo de crise devemos estar abertos a tudo o que possa melhorar a performance, a produtividade e a rentabilidade das nossas equipas e das nossas
empresas. Flexibilizar não é permitir trabalhar menos nem mais: é permitir trabalhar melhor, mais feliz, mais motivado, mais capaz.
- o país. Porque o estado de desenvolvimento e competitividade que atingirmos amanhã enquanto Estado, depende da forma como hoje tratamos as nossas crianças enquanto indivíduos. Investir na educação é ter
visão. Visão de médio e longo prazo. E não são apenas as escolas que têm de investir na educação. Todos somos responsáveis, em cada decisão do dia-a-dia que tomamos. Mães mais realizadas educam melhor e
crianças bem educadas são as sementes de um pais mais justo, mais sólido, mais honesto, mais rico e mais sustentável.
"Revolucionar para flexibilizar" quer que as leis já existentes sejam cumpridas e que se avance no sentido de uma legislação mais evoluída e civilizada.
Para cumprirem de forma excelente as suas múltiplas funções, as mães e os pais têm sido verdadeiramente elásticas. Está na altura de as empresas também o serem. Para cumprirmos todos, de forma excelente, um país melhor.
Flexibilização para maior produtividade
Flexibilização para uma sociedade mais equilibrada
A resposta a esta situação passa inevitavelmente pela flexibilização, acompanhada de políticas de conciliação entre o trabalho e a família que passariam pelo trabalho em casa, pela coordenação do tempo de trabalho com férias escolares, pela implementação de um verdadeiro mercado de trabalho em tempo parcial, por horários flexíveis ou reduzidos, por bancos de horas, por semanas de trabalho comprimidas, por uma flexibilização de benefícios sociais (tendo em conta creches, contribuições para despesas escolares) e uma facilitação do regresso no mercado de trabalho.
Um mercado de trabalho mais flexível reduziria as faltas, promoviria a motivação e aumentaria a tão necessária e desejada produtividade.
A conciliação entre a vida familiar/pessoal e o mundo do trabalho é essencial para uma sociedade de sucesso, saudavel e produtiva.